Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://104.156.251.59:8080/jspui/handle/prefix/1740
Registro completo de metadados
Campo DCValorIdioma
dc.creatorCarvalho, Antonio Mateus de-
dc.creatorLeal, Alberto Álvaro Vasconcelos-
dc.creatorUCSAL, Universidade Católica do Salvador-
dc.date.accessioned2020-09-28T14:17:53Z-
dc.date.available2020-09-28-
dc.date.available2020-09-28T14:17:53Z-
dc.date.issued2003-10-
dc.identifier.isbn85-88480-18-12-
dc.identifier.issn85-88480-18-12pt_BR
dc.identifier.urihttp://104.156.251.59:8080/jspui/handle/prefix/1740-
dc.languageporpt_BR
dc.publisherUniversidade Católica do Salvadorpt_BR
dc.relation.ispartofSEMOC - Semana de Mobilização Científica- Deserdados no mar e segregados na terrapt_BR
dc.rightsAcesso Abertopt_BR
dc.subjectDeserdados no marpt_BR
dc.subjectSEMOC - Semana de Mobilização Científicapt_BR
dc.titleDeserdados no mar e segregados na terrapt_BR
dc.title.alternativeSEMOC - Semana de Mobilização Científicapt_BR
dc.typeArtigo de Eventopt_BR
dc.description.resumoA problemática habitacional na cidade de Salvador cresce vertiginosamente, nosso déficit de moradia é um dos maiores dos País, o número de favelas e ocupações irregulares é grande e não é acompanhada por políticas públicas sérias que amenizem o problema. A condição de pobreza urbana configura-se como espaços de exclusão, onde o viver torna-se inviável, pois a falta de perspectiva torna-se uma constante na vida de milhares de pessoas que se amontoam em ambientes hostis. Esses lugares sem infra-estrutura, desequipados, sem escolas, sem postos de saúde, sem saneamento básico, são também lugares de estigma e de discriminação. Lugares habitados por negros e pobres que sofrem com o preconceito e com a falta de expectativas do ingresso no mercado de trabalho, são mal vistos pelos integrantes da sociedade tida como formal, e nem são vistos pelos poderes públicos, excetuando-se as épocas eleitorais. O tecido urbano soteropolitano está minado por uma crise habitacional que possui uma velha procedência, pois desde a segunda metade da década de 40 do século passado – com a favela do Corta Braço, posteriormente conjunto Yolanda Pires – a marginália urbana começa a ocupar as partes que lhe cabia na cidade de Salvador, a área do Subúrbio Ferroviário, áreas longe dos centros, ou depressões incrustadas em bairros de classe médias e ricas. Os processos migratórios dos anos subseqüentes, estimulados pelo relativo crescimento industrial, principalmente na década de 70, vez com que o nosso problema habitacional avultasse e ganhasse grande projeção, o Subúrbio Ferroviário de Salvador não parava de crescer, novas tipologias e arranjos habitacionais começavam a surgir (SOUZA, 1991) O relevo acidentado da cidade de Salvador não se configurava como um obstáculo para os que queriam morar nos morros, encostas, tabuleiros e até mesmo no mar da Baía de Todos os Santos, que começaram a ser ocupados pela população de baixa renda, cada vez mais faminta por moradia: independente da localização do espaço, era necessário morar. Neste contexto, surgem os aglomerados de palafitas, inicialmente com Alagados e depois Novos Alagados, um problema de décadas passadas que se mostra presente. Assim sendo, manifestaremos, neste estudo, questões fortemente interligadas à problemática habitacional de Salvador, tendo como recorte principal a habitação em palafitas, além de englobar o tipo de vida dos moradores, os artifícios e técnicas de sobrevivência numa moradia que se estabelece sobre estacas na maré – em área sem saneamento, sem energia elétrica, sem água ou qualquer tipo de infra-estrutura básica, apenas maderite, arame e telha de Eternit. Versaremos sobre as relações que se travam em um ambiente de pobreza sócio-habitacional. Posteriormente, partiremos para o estudo do processo relocatório, em que os moradores de palafitas foram submetidos, por intermédio de programas do Governo do Estado da Bahia, em específico a construção de conjuntos habitacionais – o que gera uma relativa mudança na vida das pessoas relocadas, sem, contudo, incluí-las no social formal. O conjunto habitacional em estudo recebe o nome de Nova Primavera e localiza-se ao lado do aglomerado de palafitas, sendo separado pela avenida Suburbana. A dinâmica social do conjunto Nova Primavera está sendo observada desde o início da construção dos embriões – terminologia utilizada para referenciar os casebres, como algo que está nascendo e possui boas possibilidades de crescimento. Este acompanhamento certamente favorecerá um maior entendimento das novas relações, assim como o processo de adaptação dos moradores, que antes residiam em palafitas e, após o processo relocatório, passam a viver em uma nova moradia, com novos vizinhos, e com uma relativa infra-estrutura, pois como morador de embrião, ele terá acesso a saneamento, luz elétrica, água, telefone, ruas pavimentadas e calçadas. No entanto, esses benefícios virão acompanhados de encargos financeiros; antes, enquanto moradores de palafita, não se tinha uma infraestruturação básica, mas também não havia encargos financeiros, não se pagava qualquer tipo de taxa. No embrião, os moradores utilizam-se de uma relativa infra-estrutura, entretanto não possuem subsídios financeiros para a manutenção, pois a maioria dos moradores relocados são desempregados, não possuem renda fixa e sobrevivem de free lance 3. Em relação ao título "Deserdados no mar e segregados na terra", pode-se afirmar que mesmo possuindo uma sonoridade poética, ele abordará uma problemática cruel em que vivem os moradores do aglomerado urbano de Novos Alagados, localizado no Subúrbio Ferroviário de Salvador - Ba. Os moradores das palafitas encontram-se deserdados da legitimação de seus direitos sociais. Ao serem relocados para os conjuntos habitacionais do Governo do Estado percebe-se uma ordenação de vidas sem uma verdadeira mudança nas condições de vida, saindo da moradia sobre água, para morarem em embriões sobre a terra, tornam-se mais ainda segregados dos direitos fundamentais de sobrevivência (ESPINHEIRA, 1999). A abordagem deste trabalho terá como enfoque principal as conseqüências sócioeconômicas vinculadas à transferência, assim como à memória nostálgica das relações que existiam entre as redes de convivência, enquanto moradores das palafitas, que serão dissolvidas e substituídas por um novo estilo de vida e convivência, com uma completa reorganização da vida social.pt_BR
dc.publisher.countryBrasilpt_BR
dc.publisher.initialsUCSALpt_BR
dc.citation.issueVIpt_BR
dc.subject.cnpqSociais e Humanidadespt_BR
dc.subject.cnpqMultidisciplinarpt_BR
Aparece nas coleções:SEMOC - Semana de Mobilização Científica

Arquivos associados a este item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
Deserdados no mar e segregados na terra.pdf27.4 kBAdobe PDFVisualizar/Abrir


Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.